Em crise, destilarias atrasam pagamentos

A Companhia Brasileira de Açúcar e Álcool (CBAA) efetuou ontem (09/12) o pagamento do período trabalhado em novembro (salário de dezembro) que deveria estar na conta dos empregados desde dia 5 de dezembro. Foi preciso pressão do Sindicato dos Trabalhadores em Indústrias de Fabricação de Álcool para que o salário dos empregados da categoria fosse pago. Como não fez o pagamento até o quinto dia útil do mês, a empresa comprometeu-se, alegando que o dinheiro estaria disponível na segunda-feira, o que não ocorreu. Segundo o subdelegado do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Robério Cafagni, atraso no pagamento do salário e do 13º implica pagamento de multa diária de 160 Ufirs (R$ 170,25) por empregado. Sem receber, os empregados que fazem parte do turno da noite (23h30 à 7 horas) de segunda-feira recusaram-se a entrar na usina para trabalhar.

De acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores, Almir Fagundes, para intimidar os empregados, o líder do turno da noite foi demitido por telefone por volta de 1 hora da madrugada de terça-feira. A medida fez com que o restante dos trabalhadores entrasse na empresa. Pela manhã, na presença de Cafagni, os representantes do sindicato e da empresa fizeram uma reunião na subdelegacia do MTE. O trabalhador foi readmitido e a empresa comprometeu-se a realizar o pagamento até às 15 horas. Segundo o sindicato, o dinheiro foi liberado somente às 18 horas.

Usina Paranaíba
Comerciantes, prestadores de serviços, fornecedores de cana e arrendadores de terra para a Usina Paranaíba (MS) formaram na semana passada a Associação dos Credores da (Acrup). De acordo com o presidente da entidade, Luís Antonio Ferreira de Freitas, a associação foi fundada para conseguir que os proprietários da Usina Paranaíba paguem as dívidas contraídas com fornecedores de matéria-prima e insumos. Ele afirmou, ainda, que os credores querem que os proprietários coloquem a usina em funcionamento o mais rapidamente possível ou, então, que vendam a planta para outra empresas do setor sucroalcooleiro que tenha condições de colocar e indústria em atividade. A Usina Paranaíba pertence a Marcelo Bassan (falecido), Marcelo Bassan Junior, Elcy Laranjeiras Soares Bassan e a Araúna Agroindustrial.

A indústria começou as atividades em Paranaíba na safra 2005/2006, arrendando 6 mil hectares de terra e somente ini-ciou a planta industrial no ano de 2007. “Até hoje não concluiu as obras que estão paralisadas”, disse. Segundo Ferreira de Freitas, a empresa obteve recursos através de financiamentos superiores a R$ 50 milhões para a montagem da unidade industrial e, por motivos desconhecidos, deixou de fazer os pagamentos aos credores, cujo prejuízo chega a R$ 2 milhões.

Companhia Albertina
Na véspera de completar um mês do pedido de recuperação judicial, a Companhia Albertina, usina localizada em Sertãozinho (SP), enfrenta uma greve parcial de trabalhadores devido ao atraso do pagamento de salários e à dificuldade do pagamento do 13º salário. Cerca de 50 dos 1,8 mil funcionários protestaram na manhã de ontem em frente à usina, que admite o atraso salarial e tenta reverter um bloqueio judicial para comercializar parte do estoque de açúcar e pagar os funcionários.

De acordo com o advogado responsável pelo processo de recuperação judicial da Companhia Albertina, Daltro Borges, o banco estatal alemão HSH Nordbank conseguiu o bloqueio judicial da venda de 170 mil sacas de açúcar dos estoques da usina. O valor arrecadado – cerca de R$ 5,2 milhões – seria utilizado para o pagamento de salários, rescisão de contratos de mais de mil cortadores de cana e ainda de parte do 13º salário.

Fonte: Diário da Região, em 10/12/2008

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