Motor ´flex´ agora invade o segmento de utilitários importados

Após monopolizar os segmentos de alto volume, a tecnologia ´flex´ avança agora entre os utilitários de luxo.

Estão chegando às lojas as primeiras versões bicombustível da picape Hilux e do jipão SW4, produzidos na Argentina pela Toyota, e o sul-coreano Kia Sportage movido a etanol e gasolina.

Será que motoristas com esse poder de compra (os modelos citados custam mais de R$ 90 mil) estão preocupados em economizar centavos no abastecimento? Sim, afirma Ary Jorge

Ribeiro, diretor de vendas da Kia Motors. "Outro detalhe é o fato de o automóvel ´flex´ ser mais valorizado na hora da revenda".

NOVIDADES

Em grandes centros, a valorização em relação às versões movidas apenas por gasolina chega a 3%, calcula Sammy Franciscus, consultor da Cardinal, concessionária Mitsubishi. A marca lançou no fim de 2010 a picape L200 Triton V6 "flex" (205 cv).

Segundo a Mitsubishi, a opção que aceita gasolina e etanol representa 29% das vendas na capital paulista. É mais que o dobro da média nacional desta versão da picape (12%). A configuração a diesel é disparada a preferida. Fenômeno parecido ocorre com o jipe Pajero Dakar V6 Flex.

Para importadores, essa tecnologia também proporciona mais identidade do produto com o mercado local.

Uma nova leva de utilitários bicombustíveis já está a caminho. A primeira será a nova Chevrolet S10, cuja primeira versão "flex" foi lançada em 2004. O modelo chega às lojas logo após o Carnaval.

Outra que está prestes a desembarcar é a Ford Ranger remodelada. A maior novidade da picape -que é produzida na Argentina- será a versão movida a etanol e gasolina.

O QUE VEM POR AÍ

Entre os jipinhos, a exigência pelo "flex" também cresce. Muitos dos novos consumidores desse segmento migraram de modelos que já dispunham da tecnologia.

O Hyundai iX35, que compartilha o conjunto mecânico com o Sportage, receberá em breve o pacote bicombustível do "primo". As alterações mecânicas incluem nova programação da central eletrônica e dutos resistentes à ação corrosiva do etanol.

Já a Fiat estuda adaptar o motor do "crossover" Freemont para que também possa receber o combustível de origem vegetal.

"Como essa tecnologia só é aceita no mercado brasileiro, não dá para dividir os custos da adaptação com outros mercados, o que torna mais difícil viabilizá-la em modelos de menor volume de vendas", diz Ricardo Dilser, assessor técnico da Fiat.

No mês passado o Freemont teve apenas 477 unidades emplacadas, cerca de um terço do que a Kia pretende atingir com o Sportage 2.0 Flex (178 cv), cuja versão automática parte de R$ 95,4 mil.

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