Setor sucroalcooleiro dever gerar 200 mil empregos até o final da década

O aumento da capacidade de moagem de cana-de-açúcar no país deve gerar uma oferta adicional de 200 mil empregos no setor até o final da década, segundo estimativas das companhias e associações de empresas. A expectativa é de que o parque sucroalcooleiro eleve sua capacidade das atuais 600 milhões de toneladas para mais de 1 bilhão de toneladas de cana no período para atender as demandas de etanol e de açúcar.

Mesmo diante do cenário indefinido sobre o financiamento, entidades ligadas às usinas, destilarias e à indústria de base se antecipam para qualificar a mão de obra necessária para essa expansão.

Uma das pioneiras em qualificação de profissionais, com 25 anos de atuação, a União dos Produtores de Bioenergia (Udop) lançou este mês a nova fase do “Projeto Qualifica”. O projeto pretende capacitar, em 2011, mais 10 mil profissionais em cursos operacionais dentro de usinas e destilarias e terá entre os parceiros a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

O programa oferece cursos de aperfeiçoamento nas áreas agrícola e industrial com até 40 horas de duração e realizados no próprio local de trabalho do funcionário a ser qualificado.

São parceiros do projeto grandes grupos do setor, como ETH Bioenergia, Renuka do Brasil e Unialco.

– Passada a pior fase da crise financeira de 2008, o setor agora precisa retomar os investimentos e crescer, exponencialmente, nos próximos anos, a fim de atender a demanda, principalmente de biocombustíveis, o que vai exigir mais profissionais qualificados – disse o presidente executivo da UDOP, Antonio Cesar Salibe.

Outra iniciativa de qualificação, já com 100 alunos matriculados, é a recém lançada Universidade Corporativa do Setor Sucroalcooleiro (Uniceise), iniciativa do Centro Nacional das Indústrias do Setor Sucroenergético e Biocombustíveis (CeiseBr). Na semana passada, durante aula para os alunos em Sertãozinho (SP), o presidente da União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica), Marcos Jank, lembrou o drama enfrentado pelo setor em relação à mão de obra na primeira onda de crescimento, entre 2001 e 2008, para defender a capacitação.

– Com a primeira onda já sentimos falta de mão de obra e, se vamos ter uma nova expansão, esse problema vai se agravar de maneira brutal, não só nas usinas, mas nos fornecedores e nas empresas de equipamentos. Um dos grandes desafios do setor, altamente competitivo, é a formação dessa mão de obra – disse Jank.

Desde o ano passado, a Unica qualifica trabalhadores dentro do Projeto Renovação. A prioridade é dar cursos para cortadores de cana e trabalhadores agrícolas que perdem seus empregos com o fechamento dos postos de trabalho em virtude da mecanização na colheita. O projeto pretende qualificar 5 mil trabalhadores por ano para trabalharem nas usinas e na própria colheita mecânica e já iniciou o segundo ano de atuação.

Fonte: Udop, em 17/05/2011

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