Brasil está no centro de uma revolução energética

A despeito das discussões que colocam o etanol entre os vilões para a alta dos preços dos alimentos e da fome no planeta, o Brasil, mais especificamente o interior do Estado de São Paulo, está no epicentro de uma revolução energética que pode colocar o país na liderança da corrida da energia alternativa.

Na safra de 2007/2008, que terminou em março, São Paulo, que tem 645 municípios, respondeu por 60% da produção nacional de álcool, gerando um faturamento bruto de R$ 21 bilhões para as 169 usinas aqui instaladas – mais da metade das 350 existentes atualmente no Brasil.

Até 2012, 26 novas usinas de álcool devem entrar em operação na região Oeste, que inclui Rio Preto e outros 295 municípios. Atualmente são 83 usinas. Com os novos empreendimentos, 150 mil novos postos de trabalho serão criados na região.

Nos últimos cinco anos, a produção de cana subiu 29%. O motivo desse salto foi o surgimento dos carros flex, movidos tanto a gasolina quanto a álcool. Mas é inegável que o produto brasileiro ganhou os olhos do mundo por ser um combustível potencialmente global, em teoria capaz de aliviar de uma só vez dois grandes males do século 21: a escassez do petróleo e o efeito estufa.

O que aguça o apetite mundial pelo etanol de cana é a projeção de que o mercado internacional do produto, hoje ainda modesto, crescerá exponencialmente nos próximos anos, com a indústria automobilística mundial adotando a mistura de gasolina e álcool, seguindo o modelo pioneiro do Brasil.

Só os Estados Unidos são donos de 40% da frota de veículos do planeta, mas o álcool responde por apenas 2,5% do mercado local de combustíveis. Se depender dos planos do Departamento de Energia americano, até 2030 essa participação subirá para 30%.

Ainda que motivados pelo crescimento da frota flex, os usineiros têm se preparado para enfrentar anos de vacas gordas. Segundo a Unica, os investimentos em ampliação e manutenção das empresas saltou de US$ 2,8 bilhões em 2004 para US$ 13,8 bilhões em 2008. “Daqui alguns anos teremos uma frota totalmente flex”, diz o pesquisador José Barreto Luiz, da Embrapa.

Fonte: Bom Dia Rio Preto, em 08/06/2008

Deixe um comentário