Álcool deixa de ser competitivo em São Paulo

Desta vez o álcool não esperou a entressafra para perder competitividade em relação à gasolina. Em plena safra, o valor do combustível derivado de cana já chega a 71% do preço da gasolina na cidade de São Paulo.

Ao atingir 70%, o álcool deixa de ser competitivo devido ao menor rendimento.

A partir de agora, é mais vantajoso para o consumidor paulistano abastecer seu veículo com gasolina. Esse cenário de preços, bem antes da entressafra, onera o bolso do consumidor -devido à alta de preços- e o caixa da Petrobras, que deverá importar mais gasolina.

A constatação da desvantagem do álcool em relação à gasolina é apontada por pesquisa semanal da Folha em postos de todas as regiões da cidade de São Paulo.

Respondendo à alta do preço nas usinas, os postos de gasolina elevaram o preço do álcool para R$ 1,933 por litro, em média, nesta semana. O valor médio da gasolina, apontado pela pesquisa, é de R$ 2,731.

A partir de agora, o consumidor deverá ficar atento aos preços, já que em vários postos da cidade de São Paulo o litro de álcool está sendo negociado a R$ 2, com desvantagem ainda maior em relação à gasolina.

A perda de vantagem do álcool, mais cedo do que nos anos anteriores, já era esperada, mas não para o início deste mês. No ano passado, o etanol deixou de ser competitivo em meados de dezembro.

A elevação dos preços do álcool hidratado ocorre porque a produção deste ano é 30% menor do que a da safra anterior. As condições climáticas afetaram o desenvolvimento da cana-de-açúcar e as usinas têm menos matéria-prima para moer.

Além disso, as usinas aceleraram as exportações de álcool, que atingiram 298 milhões de litros no mês passado -o maior volume nos últimos 22 meses.

Esse cenário elevou os preços internos do combustível que, nas últimas quatro semanas, atingiu R$ 1,89 por litro nos postos da cidade de São Paulo, 27% mais do que em igual período do ano anterior.

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