Proposta de manutenção do Programa de Subvenção da Atividade Canavieira no Nordeste foi protocolada ontem (5), no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). A iniciativa dos fornecedores nordestinos de cana de açúcar tem como objetivo evitar a descontinuidade do benefício, que nos últimos três anos, tem estimulado uma maior produtividade dos canaviais da Região.
De acordo com o presidente da União Nordestina dos Produtores de Cana (Unida), Alexandre Andrade, o programa tem propiciado substancialmente que pequenos e médios fornecedores invistam em melhores tratos culturais em seus canaviais. "O incentivo tem promovido uma maior produtividade nas lavouras", diz, ressaltando que dos 21 mil produtores nordestinos de cana, 90% são de agricultura familiar.
A continuidade do programa colabora ainda para reduzir os problemas causados pela sazonalidade da cultura no país, principalmente com relação à produção de etanol. "Na medida em que a subvenção estimula uma maior produção de cana na Região, há consequentemente um incremento em seus produtos manufaturados", justifica.
Fatores econômicos e culturais regionais depõem também a favor da continuidade do programa. "A atividade canavieira é uma importante e destacado pilar de sustentação econômica e social para o povo do Nordeste", conta, informado que somente a cultura é responsável, por exemplo, por 10% e 20% do Produto Interno Bruto dos estados de Pernambuco e Alagoas respectivamente.
O dirigente aproveita para destacar a constatação da resistência e desenvolvimento da multissecular cultura canavieira no Nordeste. "Chegamos até os dias de hoje, sempre impregnado de fortes aspectos culturais, vocacionais e estratégicos", afirma. Dessa forma, o programa se faz necessário, pois garante mecanismos capazes de otimizar algumas vantagens comparativas da região nordestina em relação a outras áreas que apresentam menor custo de produção.