Consumo de álcool cresce e preço da gasolina cai

O crescimento de 52,9% do consumo de álcool no primeiro semestre deste ano foi decisivo para que o preço médio da gasolina vendida nos postos caísse 5,7% no período, ante igual período em 2007. A conclusão é do superintendente de abastecimento da ANP (Agência Nacional do Petróleo), Édson Silva, que avaliou que a tendência para o restante do ano é que essa condição seja sustentada, já que o consumo de álcool continua em alta. Os dados fazem parte do balanço do mercado de combustíveis no primeiro semestre, divulgado ontem (13).

Ao todo, o mercado registrou crescimento de 9,7% em relação ao período de janeiro a junho de 2007, totalizando 51 bilhões de litros. O diesel continua liderando a matriz veicular, com 51,2% de participação.
O consumo do chamado álcool puro (hidratado) chegou a 6 bilhões de litros.
O volume está abaixo do consumo da gasolina vendida nos postos, que tem 25% de álcool anidro em sua composição e que totalizou 12 bilhões de litros. Se o álcool anidro for somado ao hidratado, o consumo de álcool se iguala ao da gasolina (ambos em 9 bilhões de litros). O álcool hidratado teve aumento de 52,9% no consumo, e a gasolina esteve em caminho inverso, com queda de 1,6%, na comparação com os seis primeiros meses de 2007.

O maior crescimento no consumo de álcool é explicado pelo menor preço em relação à gasolina e pela vendas em ascensão dos carros flex fuel.

Além disso, o litro do álcool teve redução média de 12,1% no preço do litro, cotado na média de R$ 1,50 nos postos.
Silva ressaltou que o principal efeito disso ocorreu no preço da gasolina, que caiu para o consumidor, com média de R$ 2,54 nos postos, ante R$ 2,69 no primeiro semestre de 2007.

O preço está tendo impacto direto no consumo. O maior consumo de álcool está segurando o preço da gasolina, afirmou Silva, que prevê que a Petrobras terá que exportar mais gasolina, que continua perdendo espaço no mercado.
Ele admitiu que os 25% de álcool anidro teve pequeno efeito na queda do preço da gasolina.

Por outro lado, o GNV (gás natural veicular), que vinha apresentando ao longo dos últimos anos trajetória ascendente no consumo, registrou queda de 1,3% nas vendas.

Silva atribuiu o recuo, entre outros motivos, à elevação de 9,5% no preço médio do metro cúbico do combustível. De janeiro de 2007 a junho deste ano, o GNV subiu 23%.
O consumo de óleo diesel teve expansão de 9,8% de janeiro a junho. No mesmo período, o litro desse combustível caiu, em média, 1% nas bombas dos postos, com preço médio de R$ 1,96. Édson Silva disse que esse crescimento ocorreu em razão da expansão da economia, e do maior acionamento de usinas termelétricas que operam com o combustível, no período.

Fonte: Folha de SP, em 14/08/2008

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