Montadoras vão adiar férias coletivas este ano

Fabricantes de veículos se preparam para adiar as tradicionais férias de fim de ano para início de 2013 ou ampliar o trabalho extra para dar conta da demanda por carros novos. O setor trabalha com uma possível corrida às lojas em dezembro, último mês de redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).

A Ford já decidiu que não dará férias coletivas em dezembro na fábrica de São Bernardo do Campo (SP) e a General Motors repete a estratégia do ano passado, de dispensas de 2 a 13 de janeiro. Além disso, negocia com funcionários de São Caetano (SP) trabalho extra em três sábados de dezembro, segundo o Sindicato dos Metalúrgicos. A Fiat aguarda alguns dias para definir pela parada ou não da fábrica de Betim (MG).

Ontem, o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), CledorvinoBelini, que também preside a Fiat, confirmou que algumas empresas, incluindo autopeças, podem deixar as férias para janeiro ou fevereiro. A Anfavea prevê vendas de 639 mil e 679 mil veículos nos dois últimos meses do ano, uma média de 340 mil por mês, número próximo ao de outubro (341,6 mil unidades). A maior alta é esperada para dezembro, "mas espero que novembro seja bom também, pois as pessoas começam a receber o 13.º salário", disse Belini.

A Anfavea projeta venda recorde de 3,77 milhões a 3,81 milhões neste ano, incluindo caminhões e ônibus – 4% a 5% em relação a 2011. Até outubro, foram vendidas 3,13 milhões de unidades, 5,7% mais que em igual período do ano passado. Só em automóveis e comerciais leves, segmento beneficiado pelo IPI, a alta está em 7,2%.

A produção deve crescer menos de 2%, para cerca de 3,4 milhões de carros. Será o quarto ano de produção abaixo das vendas, que são complementadas por importados. Outro dado negativo é a exportação, com queda de 18,4% ante janeiro a outubro de 2011 (para 364,3 mil unidades) e de 5,9% em valores (US$ 12,6 bilhões). O nível de emprego nas montadoras manteve-se em 148,1 mil funcionários em outubro. Desde maio, com a redução do IPI, o setor abriu 3,1 mil vagas.

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