Menor oferta e demanda aquecida elevam hidratado em até 6%

Os preços dos etanóis comercializados no mercado paulista tiveram novas e expressivas altas na primeira semana de janeiro. O impulso veio da combinação de menor oferta com maior demanda. Além do período de entressafra, as usinas que pretendiam continuar a moagem estão sendo prejudicadas pelas chuvas, restringindo o volume de etanol disponível. Distribuidoras, por sua vez, aumentaram as aquisições nos últimos dias, visando à reposição dos estoques vendidos no fim do ano. Houve maior interesse por compra em todos estados produtores do Centro-Sul e também do Nordeste, reforçando o movimento de alta nas cotações.

Entre 4 e 8 de janeiro, o Indicador CEPEA/ESALQ do etanol hidratado (estado de São Paulo) foi de R$ 1,787/litro (sem impostos), aumento de 3,5% em relação ao da semana anterior. Para o anidro, a elevação foi de 3,2% em igual comparativo, com o Indicador da última semana a R$ 2,0143/litro (sem impostos).

O Indicador diário do etanol hidratado ESALQ/BM&FBovespa posto Paulínia, por sua vez, já acumula expressiva alta de 5,8% só nos oito primeiros dias do ano, fechando essa sexta-feira, 8, a R$ 1.753,50/m3.

Apesar do maior volume de etanol produzido ao longo da temporada 2015/16, os estoques de passagem para esta entressafra devem ser menores, segundo expectativa de agentes do mercado. Isso porque o consumo foi bastante significativo no correr do ano passado.

De abril até a primeira quinzena de dezembro, a produção de etanol anidro e hidratado aumentou 3,4% comparativamente ao mesmo período de 2014, somando 26,6 bilhões de litros no Centro-Sul e ultrapassando o recorde atingido em toda temporada anterior, de 26,46 bilhões de litros, conforme números da Unica (União da Indústria de Cana-de-açúcar). A produção de hidratado estava na marca de 16,3 bilhões de litros (+9,3%) e a de anidro, de 10,3 bilhões de litros (-4,6%).

O consumo de etanol hidratado, por sua vez, foi recorde. Comparando-se o intervalo de janeiro a novembro (últimos dados disponíveis da ANP) com o mesmo período do ano anterior, as vendas de hidratado avançaram expressivos 40,5% nos postos de combustíveis de todo País, saltando para 16,3 bilhões de litros – mesmo volume produzido pelas usinas do Centro-Sul entre abril e primeira quinzena de dezembro.

Nos últimos dias, o preço do hidratado se manteve acima dos 70% do valor da gasolina em todos os estados brasileiros. Segundo informações da ANP referentes ao intervalo de 27 de dezembro a 2 de janeiro, a cotação média do hidratado foi de R$ 2,551/l em São Paulo, correspondendo a 72,7% do valor do combustível fóssil (R$ 3,508/l).

Do ponto de vista das unidades produtoras de açúcar e etanol, cálculos do Cepea mostram que o açúcar cristal remunerou 38% a mais que o anidro e 46% a mais que o hidratado na semana passada. Comparando-se os dois tipos de etanol, o anidro remunerou 6% a mais que o hidratado.

O preço médio do etanol anidro que seria equivalente ao do açúcar cristal foi calculado em R$ 2,7703/litro (sem impostos) em igual intervalo. Para obter equiparação com o açúcar, o hidratado precisaria ter tido média de R$ 2,6066/litro (sem impostos) e, com o anidro, de R$ 1,9007/litro (sem impostos).

No mercado internacional, o contrato de etanol anidro combustível desnaturado (primeiro vencimento – Fevereiro/16), na Bolsa de Chicago (CME/CBOT), caiu 4,6% entre 31 de dezembro e 8 de janeiro, com a média semanal a US$ 1,342/galão (US$ 354,56/m3). Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o contrato futuro de crude oil com vencimento em Fevereiro/16 teve média semanal de US$ 34,63/barril, forte baixa de 10,5% comparando-se o dia 8 de janeiro com 31 de dezembro.

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