Montadoras pressionam por IPI reduzido para carros flex

Os ministros da Fazenda, do Desenvolvimento e da Ciência e Tecnologia devem se reunir nesta semana para discutir a política de incentivo à produção do carro elétrico no Brasil. O programa pode ser ampliado para incluir estímulos para a produção de veículos bicombustíveis (flex).

A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) pressiona pela redução definitiva de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para carros flex, para estimular o uso do etanol como combustível. O anúncio dos benefícios aos carros elétricos, que seria feito pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, há cerca de duas semanas, foi suspenso em cima da hora por determinação do presidente Lula. O ministro do Desenvolvimento, Miguel Jorge, apresentou a ponderação de que o plano deveria incluir incentivos aos carros flex.

Segundo apurou o Estado, a primeira versão do estudo elaborado pelo Ministério da Fazenda fazia menção ao etanol em apenas uma linha. Depois cresceu para um parágrafo na versão final que seria apresentada por Mantega. O etanol era ignorado, disse uma fonte do governo.

Um interlocutor do setor automotivo disse que o ideal era que houvesse a redução definitiva de IPI para carros flex. Em abril, as alíquotas voltaram ao patamar original, depois de ficarem mais baixas por 15 meses para ajudar o setor a recuperar as vendas.

Avanço. A Anfavea argumenta que só conseguiu o quarto lugar em vendas no mundo, desbancando a Alemanha, porque recebeu o incentivo. A redução do IPI ajudaria a deslanchar as vendas domésticas, diz, mas não teria o mesmo impulso nas importações de automóveis. Pelas regras da Organização Mundial de Comércio (OMC), a desoneração de IPI tem de valer para carros nacionais e importados.

A fonte do governo acredita que o pleito da Anfavea tem chance de ser aceito. Lembrou que o setor perderá o redutor de 40% nas alíquotas do imposto de importação de autopeças. É um momento em que a Anfavea pode tentar trocar uma coisa pela outra, diz. Com o fim do redutor, a alíquota do imposto, que varia entre 8,4% e 10,8%, voltará para uma faixa entre 14% e 18%.

O ministro Miguel Jorge afirmou no programa Bom Dia Ministro que a falta de países compradores do etanol brasileiro é uma das razões pelas quais não devemos incentivar tanto o desenvolvimento do carro elétrico e, sim, dos carros flex fuel e também dos veículos coletivos movidos a biodiesel e etanol, para aproveitar de maneira mais eficiente a nossa produção de etanol, que é a maior do mundo.

Fonte: UDOP, em 16/06/2010

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