O álcool apresentou forte alta nesta semana em São Paulo. O preço médio do litro ao consumidor estava em R$ 1,88 ontem na capital, com aumento de 3,7% em relação à semana anterior, segundo pesquisa da Folha.
No mês, a valorização é de 5,2%. Em alguns estabelecimentos da zona oeste, norte e do centro da cidade, o litro do hidratado já é vendido a R$ 1,99, de acordo com o levantamento, feito em 50 postos com bandeira.
Segundo Antonio de Pádua Rodrigues, diretor técnico da Unica (associação dos produtores de cana), novos aumentos de preço na bomba dependerão do comportamento do consumidor após as últimas altas.
“O mercado precisa de um ajuste, o que deve acontecer em março”, diz ele, referindo-se à migração do consumo de álcool para gasolina.
Vale a pena abastecer com etanol se o preço for igual ou inferior a 70% do valor da gasolina. Como o derivado do petróleo é vendido, em média, a R$ 2,54 por litro em São Paulo, também conforme pesquisa da Folha, deixou de ser vantajoso abastecer com álcool na cidade.
Nas usinas paulistas, o hidratado atingiu o maior valor da série histórica do Cepea, iniciada em 2000. Ontem, o indicador apontou o litro vendido a R$ 1,24 pelo produtor. Em 2010, o maior preço foi de R$ 1,20, em janeiro.
“Neste ano, a alta demorou mais para chegar porque os estoques estavam maiores do que na entressafra anterior”, afirma Pádua.
Mas, no ano passado, as cotações começaram a recuar já em fevereiro, com a expectativa de início da moagem. “Já tínhamos uma boa produção da safra nova em março de 2010”, lembra Pádua. Neste ano, porém, o início da produção também deve ter um mês de atraso.
Como ficou pouca cana em pé entre a safra velha e a nova, será preciso esperar mais para começar a moer cana.
E o cenário de preços elevados deve permanecer até que as usinas consigam pôr um volume significativo de álcool no Mercado.
Fonte: Folha de S.Paulo, 26/2/11