Açúcar de Ribeirão é barrado em MG

Cinco marcas de açúcar, entre elas uma de Ribeirão, tiveram as vendas paralisadas ontem em Minas Gerais após determinação da Secretaria de Estado da Saúde.

A interdição cautelar se baseia na recomendação do Ministério Público Estadual após análise das marcas indicarem a presença de materiais metálicos, como ferro.

De acordo com a Secretaria da Saúde de MG, foi solicitada à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) uma inspeção nas usinas de refino de açúcar cristal, já que ficam em outros Estados, como São Paulo e Goiás.

A venda da marca Campo Doce, da empresa Quality Sugar -comprada pela Açucareira Flora-, de Ribeirão Preto, está suspensa em MG.

A análise técnica da Polícia Civil detectou a presença de ferro, disse a presidente da Adeccom (Associação de Defesa do Consumidor do Centro-Oeste de Minas Gerais), Tereza Lada.

A associação foi a responsável por encaminhar as denúncias à Promotoria.

Segundo o laudo, os metais estavam "distribuídos uniformemente em toda a extensão" do produto, mas sem determinação da quantidade de contaminantes.

Outra marca embalada em MG, a Maxçúcar, da Absoluta, também teve o produto avaliado pela Polícia Civil -havia 0,6 gramas de ferro, níquel e cobalto.

Outras três marcas embaladas em MG tiveram as análises confirmadas pela Funed (Fundação Ezequiel Dias).

No açúcar Doce Mel, da World Brasil, havia partículas de ferro com tamanhos de 2 mm a 9 mm.

Na marca Bonzão havia partículas metálicas com tamanhos de 1 mm a 5 mm e, na Tip Top, de 1 mm a 2 mm -ambas são embaladas pela empresa Mercavale.

De acordo com a Anvisa, um decreto e uma portaria regulamentam a presença de materiais contaminantes nos alimentos -nas marcas avaliadas, eles estavam acima do que é permitido.

OUTRO LADO

O gerente da Açucareira Flora, Eduardo Levi de Souza, disse que não recebeu a notificação com os laudos e afirmou que o açúcar que produz segue a legislação.

Segundo Souza, todo o açúcar que chega da usina passa por uma peneira antes de ser empacotado.

Procurada pela reportagem, a World Brasil não quis se pronunciar sobre o caso. A Folha não conseguiu ouvir as demais marcas.

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