Setor de bioenergia precisa de diálogo e regras claras

Existe um claro consenso de que o uso do etanol e da energia elétrica produzidos a partir da cana de açúcar traz benefícios para o consumidor e contribui para o desenvolvimento econômico e social do Brasil.

Hoje, a cana-de-açúcar é a segunda fonte de energia do país, atrás somente do petróleo, e sua importância deve crescer ainda mais ao longo desta década. As previsões mostram que o aumento da demanda por etanol chegará a 73 bilhões de litros em 2020, quase o triplo dos 27 bilhões de litros atuais.

A bioenergia, que sai dos canaviais e das usinas localizadas em mais de 20 Estados brasileiros, tem se consolidado a cada dia como fonte de energia limpa, renovável e, sobretudo, competitiva. O consumidor está cada dia mais consciente da importância da energia produzida a partir da cana e dos seus benefícios ambientais, sociais e financeiros.

Nesse contexto de mercado favorável, o grande desafio do setor, e do país, é a retomada dos investimentos com a expansão acelerada da produção.
A cadeia produtiva tem a responsabilidade de assegurar o abastecimento do mercado interno, a fim de minimizar as atuais preocupações e desconfianças em torno da capacidade de suprimento da demanda, mas não pode –e não deve– abandonar a ambição de liderar o fornecimento do biocombustível no plano internacional.

O setor de bioenergia brasileiro tem competência, tecnologia e pessoas preparadas para assegurar, ao mesmo tempo, o crescimento da produção no Brasil e lançar as bases para a construção de plataformas agroindustriais competitivas em outras geografias, como América Latina e África.
Torna-se prioritário um diálogo objetivo e transparente entre os formuladores de políticas públicas e todos os agentes da cadeia produtiva para a definição de regras claras e estáveis que garantam a atratividade e a rentabilidade para os produtores, para a tomada de decisão de novos investimentos.

A cadeia produtiva da bioenergia está madura e bastante preparada para esses desafios do crescimento e pode participar ativamente de amplos debates para que todas as questões estratégicas do setor sejam resolvidas com rapidez. Somente com a definição de políticas consistentes e de planos de investimentos de longo prazo o Brasil poderá protagonizar a produção mundial de energia limpa, competitiva e sustentável.

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