Brasil e Indonésia têm acordo para etanol

Brasil e Indonésia, que produz etanol a partir da mandioca, assinaram um protocolo de intenção sobre cooperação técnica na área de biocombustíveis. Segundo Lula, o protocolo abre uma porta para que os dois países trabalhem na transformação do etanol em uma commodity e na sua produção sustentável. Em 2010, a Indonésia deverá iniciar a adição de álcool à gasolina, com o acréscimo de 2,5%. Questionado sobre se a aliança com a Indonésia prejudicar mais do que ajudar na campanha brasileira pela difusão do uso do etanol, pelo fato de sua produção usar um alimento como matéria-prima, Lula defendeu que é preciso haver um mapeamento agroecológico para a produção. “Cada país sabe que região e que tipo de coisa pode plantar. É muito difícil para um presidente dizer a outro país que ele não deve produzir etanol”, afirmou. O Brasil e a Indonésia são grandes produtores de cultivos utilizados na geração de biocombustíveis.

Lula afirmou que a especulação é a causa principal da atual crise e disse que a China também é injustamente acusada. Ele propôs a distribuição de incentivos entre países pobres para que elevem a produção de alimento de forma a reduzir os preços. Ele não deu detalhes. A Indonésia espera que a produção de biocombustíveis, sobretudo de óleo de palma, seja o pilar de seu desenvolvimento econômico. Milhões de dólares foram investidos por empresas locais e estrangeiras em novas plantações e fábricas processadoras. Yudhoyono disse que o governo enviará ao Brasil um grupo de especialistas para ampliar seus conhecimentos sobre a produção de biocombustíveis. Os combustíveis elaborados com cana-de-açúcar, milho e outras plantações são considerados como uma alternativa para enfrentar a mudança climática e os altos preços del petróleo. No ano passado, a União Européia (UE) aprovou um plano para que os biocombustíveis representem 10% dos combustíveis dos veículos em 2020.

Ativistas ambientalistas, grupos internacionais e alguns países têm dúvidas sobre os benefícios dos chamados “combustíveis verdes”, pois temem que se acelere o aquecimento global com o desflorestamento para abrir novas áreas de cultivo. Teme-se também o encarecimento dos produtos por causa da ocupação das terras destinadas à produção de alimentos. O presidente aproveitou para reafirmar que o Brasil não sofre nem sofrerá uma nova crise de energia, como a que viveu em 2001. Disse que o seu governo realizou todos os investimentos necessários para evitar que a crise de 2001 se repita a curto prazo. “Tivemos apagão em 2001 porque não tínhamos as linhas de transmissão entre uma região com água e outra região sem água”, disse.

Fonte: Agência Estado, em 13/07/2008

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