Negociações para acabar com acidentes de trabalho devem ser ser prioritárias

Nesta segunda-feira, 14/05, o presidente da Fenatracop, Wilmar Gomes dos Santos esteve no ato público realizado pelo Tribunal Superior do Trabalho sob o tema Trabalho Seguro na Construção Civil. No evento o presidente do TST, João OresteDalazen destacou a importância de ações para a prevenção de acidentes nas obras.

O presidente do Tribunal Regional do Trabalho da Segunda Região, desembargador Nelson Nazar, o ex-jogador de futebol Roberto Rivelino, o maestro João Carlos Martins, entre outras autoridades também compareceram ao evento assistido por cerca de 1,4 mil funcionários do Estádio Itaquerão em São Paulo.
 
O presidente da Fenatracop lembrou aos presentes e aos trabalhadores da Construção Pesada, que ali estavam que a ausência de política pública e social fez com que o setor da construção pesada alcançasse lamentavelmente o segundo lugar no "pódio" de acidentes do trabalho no Brasil, perdendo apenas para os companheiros da indústria da transformação.

Segundo especialistas em segurança do trabalho, os acidentes ocorrem, tendo duas causas principais: a condição e o ato inseguro. "Mas, qual seria a amplitude que podemos dar à condição causadora de tantos acidentes, se nós trabalhadores da construção convivemos lado a lado com a precariedade?

Refletida nas péssimas condições de trabalho, na informalidade que beira os 60%. A meu ver, essa condição de precariedade é o fator principal para ocorrência dos acidentes na indústria da construção" ressalta Wilmar.

A atribuição a estas ocorrências vem do "modelo" de gestão nas relações capital e trabalho. Só no primeiro trimestre deste ano foram mais de 150 mil trabalhadores da construção pesada paralisaram suas atividades. Lutando contra a precariedade na qualidade dos trabalhos, salários baixos,  transporte, condição de alojamentos, melhoria no vale alimentação, redução do intervalo de visita aos familiares,  diminuição da jornada de trabalho e sobre tudo isonomia entre as obras similares, que em muitos casos são construídas por uma mesma construtora.

Empresas estas que optaram por judicializar as greves, levando a questão aos tribunais regionais com a clara intenção de esvaziar as negociações, buscando interromper a organização dos trabalhadores, para que suas reivindicações não fossem atendidas!

"Não conseguiremos jamais combater os acidentes, sem antes nos debruçarmos frente a atitudes que impliquem ausência de políticas que envolvam as questões sociais", afirma o presidente da Federação.

E em apelo, Wilmar pede a atenção dos desembargadores que ultrapassem a barreira das formalidades legais, incluindo a questão social, a prioridade da negociação, sob a ótica do banimento da precariedade no trabalho," pois só assim poderemos combater os atos inseguros", finaliza.

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