Após corte no IPI, montadora comemora alta nas vendas

As quatro maiores montadoras do país – responsáveis por 70% do mercado – divulgaram ontem forte crescimento nas vendas de carros no primeiro fim de semana de IPI reduzido.

Fiat, General Motors e Ford informaram que as vendas mais do que dobraram em relação a um fim de semana normal. Tanto no sábado quanto no domingo, as marcas realizaram feirões e campanhas promocionais em diversas localidades da Grande São Paulo, como parte das iniciativas para desovar os altos estoques formados no início do ano.

Segundo a Volkswagen, houve um aumento de 30% nas vendas quando comparado ao feirão imediatamente anterior, quando os consumidores ainda pagavam o IPI cheio. Conforme a montadora, a taxa de conversão – formada por consumidores que fecharam a compra do automóvel – foi de 62% do total de pessoas que compareceram a dois feirões: um em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, e outro na zona Norte da capital paulista. Normalmente, essa taxa gira em torno de 45%.

Muitas das concessionárias consultadas pelo Valor mostraram otimismo com os resultados dos últimos dias, mas parte dos vendedores lamentou que os volumes seguem aquém das expectativas. "Há muita especulação e pouco fechamento de negócio", comenta Juliano Nogueira, gerente de uma loja da Viamar, revenda da General Motors, na zona Leste da capital paulista.

A seletividade dos bancos na liberação de crédito, apesar dos cortes de juros já anunciados, continua sendo apontado como um limitador para os negócios. Somam-se a isso o comprometimento da renda e a desvalorização dos carros usados, que tem implicações nos valores desembolsados pelos consumidores na troca do automóvel.

"Em cada dez fichas (de aprovação de crédito), apenas três são aprovadas sem exigência de entrada na compra do carro. O restante pede, em geral, uma entrada de 30% a 40%", conta Henrique Pugliesi, gerente da revenda Itavox, concessionária da Volkswagen do grupo Itavema.

Na segunda-feira da semana passada, o governo federal anunciou o corte de metade até a totalidade – no caso dos carros populares – da alíquota do IPI cobrada a automóveis. A medida foi tomada após a queda de 3,1% nas vendas de carros durante os quatro primeiros meses do ano, o que provocou algumas paradas por montadoras como Ford e Volkswagen.

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