Pesquisadores estudam aumentar a produtividade do etanol a partir do bagaço da cana

O consumo de álcool combustível deve crescer mais de 50% até 2011, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento. Com mais consumo, crescem também as pesquisas e investimentos no setor. Uma das novidades é um projeto desenvolvido por um pesquisador de Lorena, que quer aumentar a produtividade do etanol a partir do bagaço da cana.

O contador de litros não pára de girar. Os lucros também. Em um posto de combustíveis de Lorena, o álcool custa a metade do preço da gasolina e, justamente por isso, ele é o combustível mais vendido.

Hoje nós vendemos quatro vezes mais álcool do que gasolina, explica Carlos Alberto Galvão, proprietário do posto.

E o consumo deve aumentar nos próximos anos. Segundo o estudo da Companhia Nacional de Abastecimento, a demanda interna deve passar dos mais de 16 bilhões de litros consumidos em 2007 para quase 25 bilhões em 2011.

Desde a década de 70, pesquisadores da USP, em Lorena, tentam aprimorar a tecnologia para produzir o combustível nacional. Há 30 anos eles estudam a fabricação do mesmo álcool, só que mais puro e mais barato, a partir do bagaço da cana.

“Extraímos a celulose desse bagaço que é um tipo de açúcar, só que ele precisa passar por um tratamento. E a partir desse tratamento conseguimos obter mais açúcar e mais álcool, que é o etanol. A idéia que nós temos é que pode ser obtido o dobro de álcool que é obtido hoje utilizando o bagaço de cana”, explica o pesquisador Adilson Roberto Gonçalves.

A idéia virou tese de doutorado de um aluno, premiada em um simpósio de biotecnologia e biodiesel.

Testes feitos dentro da micro usina, que fica na universidade, já comprovaram que, tecnicamente, o projeto pode ser aplicado. Agora, falta provar se ele será ou não economicamente viável para as grandes empresas.

É o que espera Luís Ricardo Martins, que sonha ver os estudos dele se tornarem combustível para os carros e para a economia do país.

“Se tiver interesse político, com certeza pode chegar às industrias e às usinas de álcool e em seguida nos postos de combustíveis”, diz o estudante.

Fonte: VNews, em 09/09/2008

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