Governo estuda plano de estímulo a etanol

O governo federal e o setor sucroalcooleiro elaboram medidas para fortalecer a indústria do etanol e reconquistar o consumidor. Nos últimos dois anos, os motoristas têm dado preferência à gasolina na hora de abastecer o carro. Estão em estudo no Ministério da Fazenda ações como a desoneração da folha de pagamento do setor e a redução do PIS/Cofins sobre o combustível.

Em paralelo, a Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar), representante de usineiros do Centro-Sul do país, inicia uma campanha de promoção dos benefícios ambientais do etanol, com foco nas regiões onde o combustível voltou a ser vantajoso. Levantamento da ANP (Agência Nacional do Petróleo) mostra que já vale a pena abastecer com etanol em São Paulo, Mato Grosso, Goiás e Paraná.

O governo está preocupado com a conta que desfavorece o combustível nacional. A queda do consumo do etanol e o aumento das importações de gasolina pesam inclusive nas contas da Petrobras. Em 2011, o consumo de etanol recuou 27,3%, para 10,1 bilhões de litros. Entre janeiro e setembro deste ano, a queda foi de 15,6% em relação a igual período do ano passado, para 8,3 bilhões de litros. Com o menor consumo do etanol e o aumento da frota de automóveis no país, o Brasil passou a compara gasolina no mercado externo.

Em 2011, o volume de importações de gasolina cresceu 329%, ao custo para o país de US$ 1,649 bilhão, segundo o Ministério do Desenvolvimento. Nos nove primeiros meses deste ano, a conta já alcança a cifra de US$ 1,9 bilhão.

Para o consumidor, o principal problema do etanol é o preço. Para que o combustível seja vantajoso, o valor na bomba deve ser igual ou menor do que 70% do valor da gasolina. O governo não reajusta a gasolina na bomba desde setembro de 2005 para evitar aumento da inflação.

Para piorar, a produtividade dos canaviais caiu drasticamente após a crise econômica de 2008. Na atual safra, a média de produção é de 5,6 mil litros por hectare, ante 7,1 mil litros apurado há três anos, segundo a Unica. "Com dificuldades de acesso ao crédito, os usineiros não investiram na reforma dos canaviais", admite Antônio Rodrigues, presidente interino da Unica.

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