Preços disparam e gasolina bate em R$ 3,40 na bomba

O consumidor de Rio Preto já está pagando mais caro pelo litro do combustível. Mal chegou o domingo e a maior parte dos postos revendedores da cidade já reajustou os valores do etanol, gasolina e óleo diesel. O reajuste se deve ao aumento dos tributos, que passou a vigorar no próprio domingo. Na manhã de ontem, O Diário percorreu 20 postos de diferentes regiões da cidade e constatou que o litro da gasolina está em torno de R$ 3,40, o do etanol, em R$ 2,30, e o do óleo diesel, parte de R$ 2,68.

O que se observa é que os aumentos foram, em média, de R$ 0,30 para o litro do etanol, o que significa uma alta de 15% e de R$ 0,40 para o da gasolina, o que representa 13%. No caso do óleo diesel, a alta foi de quase R$ 0,20, cerca de 6%. No início do mês, o governo liberou o aumento do PIS e do Cofins, que respondem por R$ 0,22 para a gasolina e por R$ 0,15 para o diesel. Como o etanol recebe uma parte de gasolina, seu custo acaba aumentando também. E, para sua produção, o diesel é utilizado no processo.

O aumento da tributação faz parte do pacote do governo para tentar conter o rombo fiscal causado por gastos excessivos, queda na arrecadação e desaceleração da economia. A alta nas duas alíquotas vale até o dia 1º de maio, quando volta a cobrança da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide). "Esse reajuste impacta bastante na vida do consumidor porque o combustível é um preço matriz, que reflete inclusive no transporte via frete, que também vai ficar mais caro", explica o economista Hipólito Martins Filho.

O levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), relativo ao último mês de janeiro, aponta que o preço médio do etanol era R$ 1,986; o da gasolina era R$ 2,983 e, o do diesel, R$ 2,533. Como se trata de um insumo essencial, a saída para economizar – embora muito difícil – é tentar mudar os hábitos de consumo, optar por etanol quando o preço estiver compensando, tentar utilizar o transporte público e caronas solidárias.

"Além dos combustíveis, a energia está subindo, os impostos. Isso significa mais desemprego e menor atividade econômica", afirma. No levantamento feito ontem, foi possível verificar que existe uma pequena variação de preços. O etanol ainda podia ser encontrado por R$ 1,99, num posto da avenida Ernani Pires Domingos, mas os frentistas afirmaram que o reajuste já era anunciado. Os valores seguem ainda com R$ 2,04, R$ 2,05, R$ 2,27 e R$ 2,29. A gasolina pode ser encontrada por valores entre R$ 2,64 até R$ 3,39.
Já o litro do óleo diesel varia de R$ 2,49 a R$ 2,99. O presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de São Paulo (Sincopetro) de Rio Preto, Roberto Uehara, explica que as distribuidoras imediatamente repassaram os produtos com reajuste. Desta forma, os postos revendedores aumentaram os preços. "Foi um reajuste muito violento. Estamos temerosos com a queda no consumo e consequente desemprego no setor", disse o representante.

Mistura de etanol deve ser de 27%

O ministro da Casa Civil, Aloizio Mercandante, e representantes do setor sucroalcoleiro acertaram ontem uma proposta para aumentar de 25% para 27% a adição de etanol anidro na gasolina comum, conforme informou a presidente da União da Indústria da Cana-de-açúcar (Unica), Elizabeth Farina. Pelo cronograma discutido, a mudança passaria a valer a partir do dia 15 de fevereiro. A proposta ainda precisa ser aprovada pela presidenta Dilma Rousseff.

Elizabeth Farina revelou que o acordo era muito aguardado pelo setor sucroalcoleiro. "Foi um acordo que o ministro Mercadante disse que levará à presidenta Dilma hoje. O cronograma proposto é que se inicie o aumento da mistura a partir de 15 de fevereiro. Os testes realizados sobre emissão, consumo e dirigibilidade não trouxeram mudanças significativas", salientou.

Segundo Elizabeth, as medidas darão novo "fôlego" ao setor para reagir à grave crise que já resultou no fechamento de cerca de 60 usinas no País. "Se tudo isso (medidas) veio para ficar vai depender de uma leitura de longo prazo", ponderou. A presidente disse que o setor esperava pela medida, o que levou os usineiros a estocar etanol para atender a demanda por até um mês após o início da nova safra, em abril. A princípio, será mantido o percentual de 25% para a gasolina aditivada.

De acordo com o presidente da Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Moan, a intenção é que, em breve, o percentual aumente para 27,5% para as gasolinas comum e a premium. Segundo ele, ainda é preciso concluir testes para adotar os 27,5% para os dois tipos de combustível. Conforme a presidente da Unica, a expectativa é que o percentual de 27% de etanol na gasolina comum gere uma demanda de mais 1 bilhão de litros por ano. Ela afirmou que o setor tem capacidade para atender o aumento na demanda.

 

Fonte: Diário da Região

 

Deixe um comentário