Sindicalistas avaliam que próxima safra favorece emprego em usina

O presidente da Federação dos Trabalhadores nas Indústrias Químicas e Farmacêuticas do Estado de São Paulo (Fequifar), Danilo Pereira da Silva, afirmou que os trabalhadores de usinas de açúcar e álcool devem sofrer pressão menor em relação à manutenção do emprego na negociação do acordo coletivo da categoria este ano, alegando que a abertura de novas unidades sucroalcooleiras fez com que as empresas estejam interessadas na manutenção dessa mão-de-obra qualificada. “Ñão devem demitir funcionários agora, na entressafra, e depois ficar sem essa mão-de-obra na safra porque, inclusive, existe concorrência entre as empresas”, afirmou. Rio Preto sediou, ontem, o primeiro dia do “Seminário de Negociação Coletiva do Setor Sucroalcooleiro” para elaborar a prépauta de reivindicações da categoria cuja data base é 1º de abril. “A prépauta vai ajudar nas negociações que serão realizadas individualmente por cada um dos 11 sindicatos da Fequimfar”, afirmou Danilo da Silva.

As lideranças definiram que na próxima campanha salarial deverão reivindicar a reposição da inflação relativa a maio de 2008 e abril de 2009, mais 7% de aumento real. De acordo com Cláudia Cirino, economista do Departamento Intersindical de Estatístas e Estudo Socio Econômicos (Dieese), a crise economica deve dificultar a mantenção da série de acordos coletivos que asseguraram ganhos reais sobre a inflação nos últimos anos. Ela, no entanto, explicou que dados da safra 2008/2009 revelam, em comparação à safra 2007/2008, crescimento no setor e, apesar das dificuldades de crédito, a redução na produção de açúcar em nível mundial, o crescimento vegetativo do consumo do produto e a valorização do dólar apontam para melhorias no desempenho do setor este ano.

Claudia afirmou que a produção de cana-de-açúcar aumentou 13,8% na safra paulista passada, enquanto a produção de açúcar foi 17% maior e a fabricação de etanol, 16,6% e a de álcool animdro, 20,2%. “As pessoas deixam de comprar carro e outros bens, masninguém diminuiu para de consumir açúcar por causa da crise financeira”, disse. Ela também destacou que se deve manter o crescimento no consumo de álcool combustível no País. Segundo Danilo Silva, o objetivo dos sindicatos e da federação é assegurar a continuidade do ganho real, ou seja, reajuste acima da inflação.

Fonte: Diário da Região, em 12/02/2009

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