Álcool e gasolina ficam mais caros na bomba

O rio-pretense foi pego de surpresa ontem (31), a poucas horas de encerrar o ano, com mais um aumento no preço dos combustíveis nas bombas dos postos da cidade, o segundo em menos de 10 dias. A maior alta foi do álcool hidratado, mas também houve alteração no valor cobrado pelo litro da gasolina. Com o novo reajuste, o álcool perdeu a competitividade em relação à gasolina para os veículos flex fuel.

Levantamento feito pelo Diário em 44 postos nas diferentes regiões da cidade, mostrou que o preço mais praticado pelo litro do álcool (19 estabelecimentos) ontem era de R$ 1,699, R$ 0,10 a mais que o cobrado pelos estabelecimentos pesquisados na semana passada após a primeira alta, que era de R$ 1,599.

No entanto, em três postos pesquisados, o preço do álcool chegou a R$ 1,799, o mesmo patamar registrado em abril de 2006. Esse preço foi encontrados em postos da Zona Sul e bairros mais próximos ao centro. O litro mais barato foi encontrado a R$ 1,529. A partir do reajuste do álcool, o preço da gasolina (que tem 5% de álcool anidro em sua composição) também sofreu alta nas bombas. Entre os postos pesquisados, 12 deles cobravam R$ 2,499 pelo litro.

Com os aumentos, considerando os menores valores praticados. passou a ser vantajoso abastecer o carro com gasolina em Rio Preto, deixando o álcool em desvantagem. O preço do álcool só é competitivo se representar até 30% do valor da gasolina. No caso, o álcool mais barato em Rio Preto está abaixo desse patamar. O menor preço encontrado para gasolina ontem era de R$ 2,379 (nessa relação, o álcool deveria custar até R$ 1,665 para ser competitivo).

Com base no maior valor encontrado pelo litro da gasolina, R$ 2,599, o álcool deveria custar até R$ 1,819. Neste caso, o consumidor deve fazer as contas para ver o que é mais vantajoso. O último levantamento da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) válido para os dias 20 a 26 de dezembro, mostra que o preço médio do álcool em Rio Preto era de R$ 1,50. O mínimo era de R$ 1, 40 e o máximo de R$ 1,599. Já o valor médio da gasolina era de R$ 2,458, enquanto o máximo chegava a R$ 2,599 e o mínimo, R$ 2,379.

Para o presidente do Sindicato dos Postos Revendedores de Combustíveis e Derivados de Petróleo, Roberto Uehara, os aumentos têm ocorrido em função de uma combinação de fatores. O primeiro deles é o excesso de chuvas no campo, o que prejudica o corte e a saída dos caminhões das lavouras. Assim, os estoques reguladores estariam baixos.

Além disto, o consumo de combustível no período de férias chega a aumentar em até 30% também em função das festas de Natal e Ano Novo. “Com o aumento excessivo no consumo, os preços sobem”, afirmou. Segundo ele, o aumento para o patamar de R$ 1,80 no preço do álcool ocorreu desde a semana passada em cidades do porte de Rio Preto como Ribeirão Preto, Marília e Presidente Prudente. Levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) na última terça-feira mostrava que o mercado de etanol esteve bastante lento na semana passada no Estado de São Paulo.

De modo geral, distribuidoras consultadas já haviam fechado suas compras no período anterior, fazendo somente aquisição de volumes pequenos. Do lado das usinas, boa parte trabalhou somente até a quarta-feira, dia 23, com negócios envolvendo apenas pequenos volumes. Entre 21 e 23 de dezembro, o Indicador semanal Cepea/Esalq para o etanol hidratado combustível foi de R$ 1,0906/litro (sem impostos), alta de 6,47% sobre o do período anterior. Para o etanol anidro combustível, o Indicador Cepea/Esalq foi de R$ 1,1958/litro (sem impostos), elevação de 4,02% sobre o período anterior.

Fonte: Diarioweb, em 01/12/2010

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