Usinas e destilarias propõem somente 3% de aumento salarial aos trabalhadores

Após 57 dias analisando a pauta de reivindicações do setor sucroalcooleiro entregue pelo Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Fabricação de Álcool, Químicas e Farmacêuticas de Rio Preto e região (Sindalquim), as usinas e destilarias pertencentes à base territorial da entidade fizeram proposta de 3% de aumento salarial aos trabalhadores. A mesa redonda foi realizada nesta quarta-feira (14/05), no Ministério do Trabalho, em Rio Preto. O Sindalquim propôs a inflação de maio de 2007 a abril de 2008, o que corresponde a 5,9 % e mais 5% de aumento real, conforme boletim informativo entregue nos dias 11, 12, 13 e 14 de março.

Além do aumento vergonhoso proposto pelo setor patronal, as empresas querem ainda reduzir o valor pago pelas horas extras trabalhadas durante a semana de 80% para 60% e ainda reduzir o adicional noturno de 40% para 30%. As demais cláusulas foram mantidas. O presidente do Sindalquim, Almir Aparecido Fagundes, lamentou a atitude das empresas do setor sucroalcooleiro. “Infelizmente trouxeram uma proposta indecente, vergonhosa. Tiveram mais de 50 dias para analisar as nossas reivindicações e fazem isso. Não possuem respeito com o nosso trabalhador”.

Fagundes conta que nesta quarta-feira mesmo, o Sindalquim começa a realizar assembléias nas destilarias e usinas da região. Caso os trabalhadores do setor sucroalcooleiro não aceitem a proposta realizada pelo setor patronal, o Sindalquim vai notificar as empresas para paralisarem as atividades. “Quem decide são os trabalhadores. Vamos falar com eles agora. Se não aceitarem paralisamos os trabalhos nas empresas”, diz Fagundes. Serão quatro equipes de diretores que irão percorrer as usinas e destilarias até o próximo sábado (17/05).

No ano passado, o Sindalquim conseguiu aumento salarial de 7%, sendo considerado o melhor índice e piso salarial da categoria do setor sucroalcooleiro do Estado de São Paulo. O sindicato representa 77 municípios da região, e destes, 17 têm Usinas e Destilarias. Hoje o Sindicato tem em sua base em torno de 5 mil trabalhadores e no período da safra pode chega até 6 mil. A região está entre as principais produtoras de álcool, açúcar e energia do Estado e do país.

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