Organização Internacional do Açúcar prevê superávit na safra

O superávit global de açúcar na safra 2011/12 vai facilmente ser mais alto do que o estimado anteriormente, diante da expectativa de que a oferta em alguns países-chave vai subir, disse o diretor executivo da Organização Internacional do Açúcar (ISO, na sigla em inglês), Peter Baron. Ele não divulgou nenhuma revisão da expectativa de superávit da ISO que, em fevereiro, previu que seria de 5,17 milhões de toneladas.

Baron disse ainda que os preços globais da commodity não estão suscetíveis a cair abruptamente em relação aos níveis atuais e que eles devem ser negociados entre 21 e 23 centavos de dólar por libra-peso.

O executivo da ISO afirmou também que a estimativa de que a Índia vai produzir 26 milhões de toneladas de açúcar na temporada parece factível. Diante desse cenário, a Índia poderia exportar mais de seu superávit. Até o momento, o governo do país asiático permitiu a exportação de 3 milhões de toneladas de açúcar. O ministro de Agricultura da Índia, SharadPawar, disse hoje que um painel de ministros vai discutir a possibilidade de mais exportações da commodity no encontro de 30 de abril.

Baron disse que os preços do açúcar devem apresentar alguma queda quando a oferta da safra brasileira chegar ao mercado. “Mas, pessoalmente, eu não acho que será algo traumático”, disse o executivo da ISO. Ele afirmou ainda que os custos de produção da commodity subiram para cerca de 21 centavos de dólar por libra-peso, o que impediria qualquer queda abrupta nos preços. Isso porque forçaria os produtores de açúcar a diversificarem para o etanol.

Para o especialista, qualquer queda dos preços do açúcar pode ser restrita pela continuidade das compras estratégicas da China, reduzida oferta na Europa e incertezas nas perspectivas de produção no Centro-Sul do Brasil por causa da severa seca que afetou o Centro-Sul do país em janeiro e fevereiro deste ano.

Baron disse que as importações da commodity pela China em 2011/12 estão previstas para serem de, pelo menos, 3 milhões de toneladas, volume maior do que o estimado pela ISO em novembro.

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