Procon vê indício de cartel no preço do litro de álcool

O diretor do Procon, Sérgio Parada, disse ontem (06) que vai ao Ministério Público na segunda-feira para pedir uma investigação contra suposta prática abusiva nos preços do álcool combustível nos postos de Rio Preto. De R$ 1,22, em média, (e até R$ 1,15 em alguns), o preço do litro saltou para R$ 1,49 na maioria das revendas da cidade, desde quinta-feira.

“Não há motivo. Os preços não subiram nas usinas, e com a queda de exportações há estoque em abundância. Esse aumento com números muito semelhantes na maioria dos postos leva a supor que houve orquestração, o que fere o artigo 39 do Código de Defesa do Consumidor, que trata das práticas abusivas de preços”, diz Parada. Ele afirma que levará a reclamação ao promotor de Justiça Sérgio Clementino.

Roberto Uehara, presidente do Sincopetro, o sindicato dos postos, afirma que houve apenas repasse de aumentos praticados por usinas e distribuidores.

“O preço do combustível é livre. O posto pode cobrar até R$ 10 o litro, se quiser. Cabe ao consumidor escolher onde abastecer”, afirma. “Ir ao promotor é uma atitude infeliz do Procon.” Uehara disse ainda que o álcool chega entre R$ 1,16 e R$ 1,18 para os postos.

Valor oficial não sofre reajuste

Apesar de o presidente do Sincopetro, Roberto Uehara, informar que as distribuidoras entregam o álcool aos postos a R$ 1,16 ou R$ 1,18 o preço do litro, o que justificaria a revenda a R$ 1,49, ainda ontem à noite, o posto Itaipu, na avenida Bady Bassitt, desobedecia o suposto acordo dos empresários e vendia o litro a R$ 1,18.

Os indicadores econômicos mostram que o preço do álcool hidratado continua desde 30 de janeiro sem oscilação, ou seja R$ 0,805.

Da mesma forma, o site da Agência Nacional do Petróleo informa que o preço para a região de Ribeirão Preto, que abrange Rio Preto, é de R$ 1,06.

Sérgio Prado, da Única, entidade das usinas, confirmou ontem que não houve aumento de preço

Fonte: jornal BOM DIA, por Júlio Cézar Garcia, em 07/02/2009

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